Santificação: Um processo contínuo em nós

Um convite a vivermos como homens espirituais

Rev. Wolney Rosa Garcia Júnior


Este estudo sobre o tema da santificação tem como escopo apresentar não somente uma análise etimológica do termo em si, como também mostrar o convite bíblico a vivermos como homens espirituais.

Vejamos agora, como a santificação é aplicada em nosso caráter no sentido de desejar profundamente ter uma vida rendida em obediência ao Senhor.

Iniciemos esta questão com o seguinte texto:

Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade (Filipenses 2.13).

A santificação somente é desejada por nós, pelo fato do Espírito Santo gerar em nós o genuíno arrependimento (isso se o deixarmos), ou seja, a busca pela santificação antes de tudo é uma decisão. O Espírito Santo só opera em nós de acordo com que nós o buscamos.

Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo (João 16.8).

É maravilhoso saber que a santificação é um processo, o qual cabe somente a nós alcançarmos este objetivo.

A palavra “santificação” é definida no seu contexto original como: ato, estado e processo de se tornar santo (Rm 6.19-22; 1Ts 4.1-7). É realizada na vida do salvo pela ação do Espírito Santo (2Ts 2.13; 1Pe 1.2).

Observem o exemplo nas palavras do apóstolo Paulo:

Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação (Romanos 6.19).

A palavra “santificação” no grego é: hagiasmos – consagração, purificação, santificação do coração e da vida, separar-se das coisas profanas e dedicar-se a Deus.

Este deveria ser o verdadeiro adjetivo daqueles que amam a Deus. Adjetivos o qual nos fazem crescer em todas as áreas das nossas vidas, pois, se estamos buscando profundamente a santidade, logo, o Senhor terá total primazia do nosso espírito, alma e corpo – mente, vontade e coração controlados pelo Espírito Santo de Deus. 

O termo: “santos” é bastante familiar para nós hoje, principalmente para aqueles que buscam uma vida reta perante Deus. Para os cristãos do Novo Testamento, porém, não era assim. Eles tinham seus rituais externos ou extensivos que tratavam de rituais de purificação de alimentos, das substâncias impuras e se utilizavam da lei mosaica para isso.

Muitas seitas do judaísmo tinham regulamentos pormenorizados, principalmente o da impureza. No sentido geral, a regra era que a santidade fosse mantida ao se evitar a contaminação pelo isolamento dos que estão contaminados. A impureza era combatida com a remoção por algum tipo de batismo, como está descrito na carta de Paulo aos hebreus:

…não lançando, de novo, a base do arrependimento de obras mortas e da fé em Deus, o ensino de batismos (Hb 6.1,2).

Esta alusão diz sobre estes ritos mosaicos dizendo: “não passam de ordenanças da carne” (Hb 9.10ª).

Muitos fariseus entendiam que o Reino de Deus era espiritual, outros, porém, acreditavam que era exterior ou material e também político. Por isso, sustentavam a ideia de que a entrada para esse reino interior dava-se por meio de rituais exteriores que removiam o pecado e a impureza, produzindo, assim, a santidade.

É de suma importância entender que a Santidade de Deus é ativa, ou seja, uma vez que Ele deseja comunhão conosco, age por meio de sua santidade, tornando-nos puros, santos e sarados por meio de sua graça. E isso somente se tornará possível se desfrutarmos dessa santidade mediante a morte e ressurreição de Cristo. E essa purificação e justificação somente ocorrem por meio de um processo espiritual, o processo de uma vida que se abstém da corrupção deste mundo e não de um simples processo exterior por meio de rituais legalistas.

Como pode nascer uma árvore de uma semente, sendo que o interior desta semente está oco e sem vida? O mesmo acontece conosco. Só é possível uma genuína espiritualidade cristã se esta mesma partir de dentro para fora, e não de fora para dentro. Caso contrário seria uma tentativa vã e legalista. Não podemos nos esquecer de que uma transformação interior refletirá no exterior e não o contrário. A semente precisa estar viva para realizar o seu processo natural. Ela foi criada a fim de morrer para si, para que a virtude da vida saia de dentro dela como um rebento, e em forma de broto se desenvolva e cresça segundo a sua natureza original.

Assim também devemos ser. Fomos criados num plano original para a vida nessa terra, isso até que viesse a morte por meio do delito de Adão e Eva. Passamos então daí em diante a vivermos somente para nós mesmos, ou seja, mortos também em nossos próprios delitos e transgressões. Essa é uma morte para a morte eterna. Agora em Cristo morremos para nós mesmos, e o broto lançado dessa morte é o próprio Cristo em nós, e como está escrito: “Já não sou eu mais quem vive, mas Cristo vive em mim”. É Cristo em nós a esperança da glória.

Os temas sobre “Santidade e espiritualidade Cristã” confrontam a muitos, principalmente por ser muito abordado nas comunidades e pouco praticado pela igreja de forma geral. Este tema sobre santidade e espiritualidade trata-se não somente de um mandamento para se viver no propósito de Deus, como também se trata de um estado ou caráter de uma vida em conformidade com sua Palavra. Paulo demonstra o caráter polêmico do assunto e uma profunda necessidade de se mostrar uma genuína e autêntica espiritualidade, mas, para entendermos melhor este tema vejamos o seguinte texto:

E que com poder foi declarado Filho de Deus segundo o espírito de santidade, pela ressurreição dentre os mortos – Jesus Cristo nosso Senhor (Romanos 1.4).

Como podemos compreender a santidade sendo que a mesma constitui a mais pura essência da natureza divina? Este texto, obviamente, é uma expressão sumamente importante. Paulo enfatiza nessa epístola que Jesus Cristo o filho de Deus, recebera poderes dunamis “segundo o espírito de santidade”, ou seja, um estado ou caráter de ser santo. A raiz da palavra “santidade” no Novo Testamento é agios, que significa: santo, sagrado, ou seja, o dever de se adorar aquilo que é santo, como na expressão de Isaías:

… Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos exércitos; toda terra está cheia da sua glória (Is 6.3).

Essa é a mais pura essência da natureza divina e sendo Cristo o portador, o dono dessa essência. Devemos então, amoldar-nos a ele, buscar dele a santidade. Quero ressaltar que essa expressão significa muito mais do que mostrar a pura essência da santidade de Cristo, como também, o significado dessa palavra expressa aqui em Romanos agiasmos que equivale aproximadamente à palavra hebraica qadash e quase sempre serve como tradução desta na Septuaginta. Também vem da raiz agios (santidade), que significa: consagração, santificação, um processo pelo qual o crente deve lutar[1].

Westminster[2] define a santificação como: “a obra da livre graça de Deus, pela qual somos renovados em todo nosso ser, segundo a imagem de Deus e habilitados a morrer cada vez mais para o pecado e a viver para a justiça”.

Todas essas interpretações falam-nos profundamente de uma entrega verdadeira e contínua, onde o dispor daqueles que buscam a santificação tornem-se cada vez mais fortalecidos em Cristo pela fé. Onde a graça de Deus torna-nos livres e renovados pelo seu Espírito e nos chama a morrer para o pecado e vivermos para aquele que o venceu na Cruz, Jesus Cristo.

Nós como filhos e coerdeiros juntamente com Cristo, devemos tomar posse e caminharmos a uma santidade perfeita[3]. E qual é essa santidade perfeita? No capítulo 8 de Romanos há um grande convite a vivermos na “Santidade perfeita”, onde está escrito:

“O mesmo Deus de Paz vos santifique em tudo; e o vosso Espírito, alma e o corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Ts 5.23)

É uma condição sine qua non o que Paulo diz, ou seja, é uma condição sem a qual não podemos viver, pois, é indispensável para a vida do servo fiel. E esta devia ser entendida como uma vida dominada pelo Espírito do Ressuscitado, pois o Apóstolo diz em sua epístola aos Gálatas:

“Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no filho de Deus” (Gl 2.20).

Esse viver pela fé em Cristo significa gozarmos de uma vida plena em unidade com Ele, pois só assim compreenderemos o verdadeiro significado do Criador em nós.

A SANTIDADE PERFEITA, ‘NO ESPÍRITO, NA ALMA E NO CORPO’

Espírito, alma e corpo, constituem-se em uma preservação espiritual na totalidade da vida cristã.

Paulo, reiteradamente, nos convida e nos exorta a viver em uma “preservação espiritual” e não meramente em uma “preservação física”, levando-nos a entender que os crentes devem interessar-se principalmente em conquistar pela fé uma consciência íntegra, pura e limpa por meio da santificação, processo este que nos leva a uma autêntica espiritualidade não somente no homem interior, como também em seu físico como leremos a seguir: “no espírito, na alma e no corpo.”

Vejamos com mais detalhes o texto:

E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. (I Ts 5.23)

A palavra “espírito” vem de uma raiz hebraica ruash da qual se deriva o vocábulo grego neotestamentário pneuma. Essas denotam “a existência da vida” ou sopro de vida, como está descrito em Lucas “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lucas 23.46). O espírito humano representa a natureza do homem, pois esta rege a qualidade de seu ser e caráter. Por isso, uma santidade perfeita no espírito o fará crescer em seu caráter, ou seja, se o homem permitir que o orgulho o domine, então consequentemente, terá um espírito de insubmissão, uma vida fora dos propósitos do Senhor. Noutras palavras, o moldar de um caráter pelo Espírito de Deus em nosso espírito fará com que sua renovação em nós seja cada vez mais completa. A santificação como sendo um estado ou caráter de ser Santo como já abordamos, se completará na morte onde seremos transformados para a vida eterna num corpo glorificado. Embora ainda estejamos num corpo corrupto esse processo de purificação vem por meio de um caminhar que se estende durante toda vida humana. E uma vez que confessamos a Cristo como nosso único Senhor e Salvador e tendo-nos tornado filhos, assim somos chamados de “ressurretos dentre os mortos” (Romanos 6.13b), então nossa santificação se completa nesse sentido, porque nossa alma é libertada do pecado que habita em nós. Por isso, quando consideramos que a santificação envolve a pessoa toda, incluindo nosso corpo (2Co 7.1; 1Ts 5.23), então compreendemos que ela não se completará inteiramente antes que o Senhor retorne e nos ressuscite dentre os mortos para a vida eterna. O Senhor retornará do céu e “transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo de sua glória” (Filipenses 3.21).

Bem sabemos que essa trajetória de altos e baixos em uma caminhada tão dolorosa, porém crescente, faz com que uma autêntica maturidade em Jesus brote em nossas vidas.

Sendo então a santidade um estado ou caráter de ser santo e a santificação como um processo de uma vida toda, entendemos que em Paulo o caráter da palavra oloteleis é traduzido por: em tudo, completamente, perfeitamente. Esta palavra deriva-se de olos (completo) e de telos (fim, consumação). Ou seja, a santidade só irá ser terminada completamente em nossas vidas quando o corpo, a alma e o espírito estiverem completamente envolvidos. É o homem em sua essência, em seu todo. Nada no homem poderá escapar do poder restaurador e santificador de Deus, porque a santidade é a essência propriamente dita da natureza divina, e sendo assim devemos amoldar-nos a Ele.

Apesar de alguns estudiosos abordarem de forma diferente dizendo que “a santidade pode, sim, ser completada nesta viva”, muitas vezes citando textos o de Mateus que diz: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mateus 5.48) e outros apontam justamente para o que o Apóstolo Paulo diz aos tessalonicenses: “o mesmo Deus da paz vos santifique em tudo” (1 Tessalonicenses 5.23) e porque não dizer de João que diz: “Todo aquele que permanece nele não vive em pecado” (1 João 3.6), não é difícil resolver esse problema, deixando bem claro que o verbo “permanecer” está no modo indicativo, evidenciando ainda mais, que o processo da santificação deve ser contínuo e latente na vida cristã. É um processo, é a contínua dependência do homem em buscar mais de Deus.

A natureza da santificação faz com que o velho homem mortifique-se cada dia mais. E esse “mortificar” no homem em seu todo significa a crucificação da própria natureza humana. Por meio disso, por meio dessa “corrupção” é que Paulo dirige-se aos gálatas e contrasta as obras da carne com os frutos do Espírito e prossegue em dizer: “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências” (Gálatas 5.24). É isso o que Deus nos ensina. Ensina-nos sobre termos a mais pura consciência da transformação de nossas vidas que passa pelo poder restaurador do sangue de Cristo. É o desfrutar da liberdade, não de uma falsa liberdade, mas sim, a libertação plena e a regeneração do corpo, da alma e do espírito. É a libertação do homem pela graça. Por isso, vemos que só seremos renovados por inteiro, ou seja, completamente, se passarmos antes, pela crucificação da própria natureza humana.

Paulo orienta a todos que simplesmente andem em novidade de vida e diz que só haverá novidade para aqueles que deixam verdadeiramente Jesus ser o centro daqueles que o buscam. Se o pecado dominar o centro da vida do homem, suas emoções, seus desejos etc., logo também dominará toda a periferia de sua vida no corpo através de suas ações, pois diz-nos o apóstolo: “sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos”.

Todas essas expressões usadas para o mesmo fim significam falar do processo de uma vida que se desenvolve através da consolidação até a maturidade do cristão, seja na alma ou no espírito, na vida social ou ministerial. Esse desenvolvimento vem principalmente de uma vida prática e, sendo assim, há vida na Palavra e por meio disso podemos entender esse convite a vivermos como homens Espirituais.

A SANTIDADE PERFEITA É CRISTOCÊNTRICA

Paulo reiteradamente descreve sobre a vida do servo de Jesus, a fim de enfatizar uma comunhão consciente com Deus, comunhão esta que nos leva a seguir os mesmos passos de Jesus. Vejam como descrevem os evangelhos sinóticos e os escritos joaninos que nos convidam a viver uma união em amor, nos fala também na carta aos Hebreus, e I Pedro onde nos descreve como sendo uma peregrinação.

Como é vital que não somente compreendamos como também vivamos uma santidade perfeita! Vital não somente do ponto de vista da palavra de Deus, como também no sentido prático da vida cristã, como já abordamos anteriormente. Ter o Cristo dentro de nós resulta em uma unidade com Ele, é “uma comunhão consciente com o próprio Deus”, levando-nos a uma autêntica entrega, gerando em nós o princípio de uma vida plena.

Ser Cristocêntrico[4] é, antes de tudo, a plenitude do Espírito Santo de Deus em nós; é viver “pentecoste”; é a continuidade do avivamento naqueles que buscam a glória de Deus. É isso que o Senhor nos traz; uma verdadeira liberdade em desfrutarmos da glória e da majestade do Pai, é levar-nos a reconhecer quem somos de fato. A real questão é esta: uma verdadeira santidade, a santidade perfeita, só se tornará Cristocêntrica a partir do momento que deixarmos Cristo exercer controle absoluto sobre nossas emoções. Neste caso, podemos dizer verdadeiramente que “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”. É o controle absoluto de Cristo em nós.

Noutras palavras, quem impede que sejamos dominados pelo Espírito de Deus somos nós mesmos. A dificuldade está no coração do homem em aceitar que precisa aprender a ser humilde ante essas questões, não é fácil vencer a nós mesmos, não é fácil dominar o “eu”, mas, quem disse que seria fácil “combater o bom combate?” Não podemos deixar nada e ninguém nos impedir de receber aquilo que Deus nos tem proposto. O apóstolo Paulo, diz: “e prossigo para o alvo”, ou seja, nada poderá me impedir de atingi-lo. Há muitos desafios na caminhada cristã, porém Deus nos firma num só propósito: “prosseguir para o alvo”, e, qual é o alvo? Jesus o Cristo, o “consumador da nossa fé”. É como se o Apóstolo dissesse: nada me fará ir por outro caminho a não ser este. Está determinado.

A obra de John McLeod Campbell intitulada A Natureza da Expiação (1856) segue a seguinte tradição geral. Cristo veio a fim de fazer a vontade de Deus, escreveu ele, e em particular purificar sua noiva. Entretanto, os sofrimentos de Jesus não foram “sofrimentos penais suportados a fim de cumprir uma exigência da justiça divina”, mas, “os sofrimentos do amor divino sofrendo por nossos pecados segundo sua própria natureza”. É Deus em favor dos homens, é o reconhecimento de Jesus à ira de Deus pela podridão da humanidade. É como se Jesus dissesse: Amém! Hei de cumprir toda justiça. Eu resgatarei minhas ovelhas, como foi descrito pelo profeta:

Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas e as buscarei. (Ezequiel 34.11)

Sendo assim, Jesus por sua atitude voluntária, se predispôs a receber a condenação de nosso pecado por parte do Pai. Portanto a morte de Jesus como sendo morte vicária ou substitutiva fez com que Ele levasse sobre si as nossas dores, enfermidades e transgressões. Esse sacrifício nos foi manifestado no amor do Eterno Deus em Seu único filho Jesus Cristo. Seu amor foi claramente expresso em seu nascimento, foi expresso em sua vida e por fim expresso em sua morte, derramando o seu sangue e encharcando o madeiro em resgate de nossas vidas. Tudo isso “no poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer”. É de suma importância essa compreensão, pois a influência expiatória é que nos torna livres, libertos e principalmente, reconciliados com Deus. Portanto, para que uma genuína santidade, a santidade Cristocêntrica se manifeste em nossas vidas é preciso que primeiro aceitemos a reconciliação por meio do Seu sacrifício e tomemos posse de uma transformação genuína e verdadeira, transformação que gera em nós uma verdadeira mudança de mentalidade e automaticamente uma mudança de atitude. Prossigamos nesse propósito.


BIBLIOGRAFIA

[1] A palavra grega Katharizõ quase sempre traduz a palavra hebraica taher, na Septuaginta. Significa “tornar limpo ou purificar” e é usada nos sentidos cerimonial e moral. Embora a Torá empregue os dois termos hebraicos com certa exatidão, a diferença entre eles torna-se menos nítida quando empregados no sentido figurado, especialmente nos profetas e nos Salmos. A Nova Aliança (Novo Testamento) também emprega ambos os termos quando fala da obra do Messias, porém, de modo intercambiável.

[2] Confissão de Fé de Westminster e Catecismos de Westminster (concluída em 1646) é a confissão reformada de maior influência no mundo de língua inglesa, tendo sido adotada pela denominação presbiteriana inglesa e americana e por algumas igrejas batistas e congregacionais. Os Catecismos (maior e menor) de Westminster seguem a teologia da Confissão e são utilizados para o ensino doutrinário oficial na tradição reformada.

[3] Muitas vezes a santidade e a perfeição são atribuídas aos crentes, na Escritura, Ct 4.7; 1Co 2.6; 2Co 5.17; Ef 5.27; Hb 5.14; Fp 4.13; Cl 2.10. Contudo, quanto a Bíblia descreve os crentes como santos e perfeitos, não significa necessariamente que estão isentos de pecado, visto que ambas as palavras muitas vezes são empregadas com sentido diferente, não só no linguajar comum, mas também na Bíblia. Os crentes podem ser chamados santos, porque são objetivamente santos em Messias, ou porque são em princípio santificados subjetivamente pelo Espírito de Deus.

[4] Cristocentrismo. Ato intencional ou não de situar Cristo como tema central e dominante da teologia. Cf. Dicionário de teologia. O reformador, Martinho Lutero (1483-1546), Karl Barth e Dietrich Bonhoeffer são exemplos de teólogos que intencionalmente buscaram desenvolver seus conceitos em torno Cristo.